quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Uma linda história de vida!


Dia destes recebemos a visita da missionária Ieda Marino em nosso Clube Bíblico. Posteriormente, ela repartiu comigo alguns testemunhos. Hoje vou contar a vocês um deles: “No meu primeiro ano de curso teológico, minha turma recebeu um convite para realizar trabalho voluntário de evangelização infantil na FEBEM do Tatuapé.
Deus em sonho já falava comigo, mas, eu não discernia. Por um período aproximado de três meses eu tinha sonhos iguais. Sempre estava em algum lugar sujo e tinha uma criança no meio da sujeira. Eu pegava a criança e procurava água limpa para dar banho, colocar roupas limpas e no final sempre a entregava na mão de algum adulto para cuidar, mas eu nunca via seu rosto.
O professor na época foi insistente com o apelo e eu fiquei quietinha na última carteira. Minha sala era composta por 99% de homens de terno!
Depois de muito insistir e conseguir aproximadamente uns 40 voluntários – ele olhou na minha direção e disse: E você? Não quer conhecer este trabalho e nos ajudar? A resposta já estava na ponta da língua – FEBEM?! Eu não tenho segurança – vou consultar meu pastor, meus pais – depois lhe dou uma resposta!
O professor corajoso deixou o telefone no quadro negro caso eu mudasse de idéia – mas eu resisti bravamente. Fui buscar conselho com os sábios e todos me disseram para atender ao convite. E eu torcendo pelo contrário!...
Então, mesmo com medo, aceitei. Éramos um grupo grande de diáconos, presbíteros, pastores, cooperadores em geral – mais a Cristiane, que contava história infantil, e eu.
Em “pouco tempo” nos tornamos apenas 7 pessoas jovens que abraçaram aquela causa junto com a missionária Leolina até o fim – porque até meu professor não nos acompanhou mais... Só paramos o evangelismo quando as portas se fecharam para nós.
Entre muitos testemunhos, um ficou marcado em meu coração: o do Wellington – um garoto de aproximadamente 9 anos de idade, magrinho e pequenino...
Encontrava-me na estação do trem de Pirituba indo sentido Barra Funda. A estação estava vazia e de um lado para o outro caminhava um garoto com uma caixinha de pastilhas de hortelã, chinelinho nos pés, uma verdadeira expressão de falta de recursos - vendendo pastilhas para quem estava ali sentado aguardando o trem – cena comum nas grandes cidades.
Ele me observava atentamente e começou a me rodear, despertando em mim um mau pressentimento de assalto ou coisa parecida.
Mas ele rompeu o silêncio: veio até mim e ofereceu-me suas pastilhas, que rapidamente recusei, por medo. Porém o garoto não desistiu! Sentou-se ao meu lado calmamente e, por ser pequeno, ficou com os pés balançando no banco que era alto para ele.
Rompendo o silêncio disse: Você não é a tia que canta e toca violão na FEBEM?
Com temor, respondi que sim. Ele perguntou se eu me lembrava dele – disse a unidade da qual fizera parte... Mas eu não me lembrava.
Então disse que se lembrava de mim. E falou que um dia estava muito aflito, angustiado, querendo sair daquele lugar tão terrível, e foi ao nosso encontro no refeitório para ouvir a Palavra de Deus. Contou que naquele dia quem pregou fui eu.
Terminada a reunião fomos embora. Então, movido por uma fé inabalável ele fez uma pequena oração:
‘Deus, se tudo o que esta moça disse é verdade, então eu Te peço que me tires daqui e também meu irmão mais velho, e tornes a reunir toda a minha família!’.
O trem chegou e eu o ouvia emudecida e atentamente. Ele me acompanhou no trem, sentando ao meu lado. Conforme relatava sua história, nós dois chorávamos. Ele me chamava de irmã Ieda. Tão pequenino!
Na continuidade do seu testemunho, contou-me que, em resposta à sua breve oração, Deus em 5 dias tirou o irmão dele, e depois em 15 dias ele saiu. Os dois voltaram para casa e foram freqüentar uma igreja bem próxima à casa deles. A igreja foi acolhedora e os ajudou em oração! Deus trouxe a mãe de volta! Todos estavam firmes com Jesus e orando pelo retorno do pai ao núcleo familiar.
Quando o trem chegou à Barra Funda, ele me deu um abraço forte e se despediu de mim, pedindo oração pela conversão do seu pai. Saudou-me com a paz do Senhor Jesus e se embrenhou no meio da multidão para vender suas pastilhas de hortelã. Até hoje o Wellington me faz derramar lágrimas quando penso nele. Desejo sempre que ele possa estar firme com o Senhor Jesus! A igreja local que o acolheu orava continuamente pela sua vida.
Deus transformou meu medo e insegurança em frutos de bênçãos!
As sete pessoas que perseveraram naquele trabalho sabem quantos livramentos Deus nos deu lá dentro, e quantas lágrimas e jejuns nos custaram. Prevaleceram o poder e a vontade de Deus!
Os sete jovens se tornaram escolhidos por Deus: uns para pastor, outros missionários, outros escritores de livros escatológicos...
O Wellington chegou a mencionar de memória o livro, capítulo e versículo que eu havia lido na Palavra de Deus, naquela manhã dentro do refeitório.
Aprendi que evangelizar crianças é uma flecha no alvo certo.
Em todos esses anos de trabalho com crianças, dois desafios eu coloco diante delas:
O poder da Palavra de Deus
O efeito e poder da oração”.
E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais, que se seguiam. Mc 16.20
Luiz Ricardo

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