Onde a igreja tem errado e como podemos voltar aos trilhos.
Na cultura ocidental, tudo é sobre si e como ganhar coisas maiores e melhores. Não é surpresa, então, que essa mentalidade tem afetado o modo de como a maioria de nós pensa sobre a igreja. É fácil ficar preso em uma mentalidade que continuamente avalia a qualidade das igrejas baseada no que elas têm a nos oferecer. Há, até mesmo, mais de uma tendência de avaliar as igrejas baseada em desejos específicos de si na busca por uma nova igreja.
Questões como, “O sermão foi bom e ele me tocou?”, “Quão bem o ministério de louvor tocou hoje e eu gostei das músicas?”, “A igreja tem eventos divertidos que me interessam?” e “Houve uma boa atmosfera?” são regularmente feitas pelos frequentadores toda semana. Uma decisão sobre retornar à igreja é amplamente baseada em se a programação da igreja e seu estilo são agradáveis a nós ou não.
Líderes de igreja são muito conscientes de que as pessoas fazem essas perguntas. Enquanto eles buscam realizar a missão que Deus colocou em seus corações para o ministério, pode ser fácil para pastores e administradores se reunirem e gastarem horas em reuniões para decidir como comercializar suas igrejas para todos os gostos. Quando o foco de uma igreja se afasta de Jesus por esses fatores externos, o sucesso da igreja é comumente medido em termos de crescimento numérico, ganhos financeiros e programas.
Um argumento para essa mentalidade é que tentar focar e agradar pessoas é um mal necessário para atingir mais pessoas com o Evangelho. O problema com isso é quando você olha para o ministério de Cristo. Ele gastou pouco tempo entretendo pessoas ou certificando-se se que elas estavam confortáveis. Ao invés disso, Ele se manteve fiel às verdades do Evangelho. Muitas vezes, essa abordagem faz as pessoas ficarem desconfortáveis e irem embora.
O fato é: as questões que nós costumamos avaliar em nossas igrejas não são as mesmas questões que Deus quer fazer a nós. No livro Crazy Love¹, Francis Chan escreve: “A definição de Deus para o que importa é bastante simples. Ele mede nossas vidas pela forma como amamos.”
Esse amor é desconfortável e significa que às vezes ouvir uma música que não é o seu estilo ou entender um sermão que não bateu muito com você, que pode ter ajudado outro alguém nesse domingo. Isso significa que às vezes a igreja não é grande e de ponta, mas pequena e simples. E mais: significa não chegar à igreja focado em consumir, mas em ganhar e servir.
Os cristãos devem entender que Deus não define “boas” igrejas pela qualidade de seus programas, pelo tamanho do quadro de membros ou pela decoração do prédio. Focalizar nessas coisas pode nos causar completamente a perda do ponto do que Deus realmente quer de Sua igreja. Deus tem nos chamado para estarmos perto dEle, compartilhar a liberdade e a vida de Jesus, e para amar e servir aos outros. Todo o resto deve vir depois desses objetivos.
John Ortberg² descreve o que acontece em muitas igrejas na edição da primavera de 2010 do jornal Leadership: “Fora dessa visão [de quem Cristo é e o que Ele quer realizar] flui um desejo de fazer coisas boas para Deus. E às vezes essas atividades podem conduzir a resultados que parecem bastante notáveis e impressionante. [Eventualmente] as pessoas começam a prestar maior atenção no que elas estão fazendo do que na realidade de Deus.
“Nesse ponto, as missões substituem a visão como característica dominante na consciência dos povos. Uma vez que isso acontece, a queda é inevitável. Por agora, as pessoas estão vivendo sob a tirania de Produzir Resultados Impressionantes.”
“Produzir Resultados Impressionantes” é um pecado? Nem sempre. Programas, números e qualidade são coisas boas, mas quando a igreja se foca principalmente nessas coisas ao invés de se focar em Cristo… sim, é um pecado.
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