Num desses últimos feriados, lá ia eu chegando à estrada, quando avistei o novo caminhante alguns bons metros à minha frente. Só o vira umas duas ou três vezes anteriormente, e sempre vindo no sentido contrário ao meu. Naquele dia, seguiríamos no mesmo sentido.
Percebi que ele deu uma olhadinha disfarçada para trás, e seguiu a passos apertados, tomando uma espécie de atalho, bem no sopé da colina. Pensei comigo: “Vou passar-lhe à frente!”. Apertei o passo, e segui pelo caminho normal, colina acima.
Bem lá na frente, o avistei outra vez, que seguia firme, dando uma olhadela discreta para trás, como que desejoso de saber a que distância estava eu... Apertei mais o passo, e prossegui.
Andamos assim por uns bons dois quilômetros, até que o alcancei e passei! Jubiloso, dei um leve cumprimento e segui meu caminho, passo apertado, sem olhar para trás.
Estava satisfeito comigo mesmo: conseguira vencer meu “oponente”, que parece ter mais ou menos a minha idade, mas é bem mais forte, com tipo de gente acostumada a trabalhos braçais!
Andando e pensando... acabei como que ouvindo a voz de Deus falando lá bem no fundinho do coração: “Muito bem, filho, você mostrou ser perseverante! Essa é uma boa qualidade... Mas você também mostrou que o seu orgulho continua muito evidente... Foi-lhe mais importante passar à frente do seu companheiro de caminhada do que dar a ele esse privilégio...”.
Humilhado, tive que concordar com o Senhor. E aprendi que tenho que perseverar em quebrar o meu orgulho...
Luiz Ricardo
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